domingo, 6 de fevereiro de 2011

Dentro, Fora


Dentro, si vê o que Fora não se percebe: a dor tresloucada , a ferida que ainda sangrava e a vontade de se esquecer. Por dentro si via, por fora pouco parecia. A força a mascarava e até a própria mente às vezes acreditava, mas ela sabia que de alguma maneira nada a pararia, porque quem quer o sucesso acaba tendo de sofrer pelo resto. É fácil aceitar? Não, não é, mas que seja assim, o preço a se pagar pode ser grande, porém a vitória o compensará e a fé e a esperança sempre irão se fazer acreditar. Pois um coração partido não é nada a se importar, se você quiser brilhar também terá de queimar.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Espere pelo cara errado!


Domingo estávamos minhas primas e eu discutindo qual o tipo de cara que cada uma de nós espera se casar. Uma disse que ele seria rico, pontual e compraria tudo que ela quisesse. A outra disse que ele seria humilde, trabalhador e a amaria muito. A terceira disse que ele seria lindo, charmoso e faria com que todas as outras tivessem inveja dela. No entanto todas usaram o mesmo termo para o homem dos seus sonhos, eles seriam “O cara certo”.

Na minha vez de responder eu disse:  
- Ele será o cara errado. – elas me olharam confusas – Ele será sarcástico com minhas reclamações, fingirá que me escuta, terá um hobbie que eu irei odiar, não entenderá minhas crises, olhará para outras mulheres, odiará quando eu fico com ciúmes excessivos, se atrasará para compromissos importantes e me irritará muito, ao ponto de eu querer esganá-lo. 

Uma de minhas primas me perguntou se eu estava louca por esperar um cara assim e como eu me casaria com ele. Eu respondi: 
- Simples, eu irei amá-lo! Eu sou realista, não espero o cara certo porque ele não existe, eu espero o sentimento certo, o amor. Quando nos brigarmos voltaremos um para outro, quando passarmos dificuldades as enfrentaremos juntos e mesmo querendo os esganar eu nunca o farei, sabem por quê? Porque eu irei amá-lo. Então é por isso que eu me casarei com o cara errado, porque ele me fará sentir que é o certo a se fazer. 

Minha avó que estava de longe escutando a nossa conversa disse: 
- Eu conheci um rapaz assim. 
Minhas primas perguntaram quanto tempo durou, como se quisessem mostrar que eu estava errada. Minha avó respondeu: 
- Bem, ainda dura, ele está bem ali. – ela apontou para o meu avô. – Ele nunca foi nada perfeito, mas ele sempre foi quem eu amei e sempre será quem eu amarei. E no dia em que eu me casei, quando eu respondi sim, eu não estava me casando com ele porque ele era rico, trabalhador ou lindo, eu casei com ele porque eu amava.                                                  

domingo, 31 de outubro de 2010

Mascarado pela força.


Rafael era um garoto de 16 anos muito aplicado nos estudos, não tinha muitos amigos, na verdade só tinha um amigo. Na escola ele costumava apanhar constantemente dos “machões” que diziam que ele era gay. Aquilo machucava muito Rafael, mas ele não podia fazer nada sobre isso a não ser aceitar calado, já que se ele fizesse algum tipo de queixa na direção não haveria resultado, na verdade haveria, ele apanharia mais, e além de gay seria dedo duro.

De todos os garotos que batiam e xingavam Rafael um deles costumava fazer isso com uma certa frequência, ele havia começado com o bullying, seu nome era Jacinto, mais conhecido como “Cintão”. Ele era forte e alto, também era incrivelmente popular na escola, podia ser considerado o Alfa da turma. Rafael vivia se perguntando que talvez se Cintão não tivesse começado a chamar ele de gay, ele poderia ter terminado o ensino médio como um aluno invisível.

Todos os dias, Cintão e seus amigos xingavam Rafael e o faziam passar vergonha. Certa vez escreveram em seu armário de batom que ele era um gay. A escola inteira já acreditava na homossexualidade de Rafael, até mesmo boa parte de seus professores que solicitaram que ele visitasse a psicóloga do colégio. Ele sofria muito com isso, ele não era homossexual, até era apaixonada por sua vizinha que não dava moral para ele. Mesmo com todo sofrimento Rafael aceitava tudo calado.

Em casa Rafael era um exemplo, a vizinhança toda o admirava. Ele vivia com a mãe de 54 anos e um irmão de 14 anos, seu pai havia morrido há seis anos, ele sentia muito falta dele. A família tinha condições financeiras boas graças a mãe que tinha dois empregos como secretária. A vida mostrou a Rafael como ele devia seguir seu caminho, ele queria ser rico para dar tudo do bom e do melhor para a família, como seu pai teria feito se estivesse vivo. Por isso Rafael nunca contava a mãe o que passava na escola, ela já tinha preocupações demais.

Em uma certa manhã de sexta feira quando Rafael estava saindo para o almoço, Cintão e seus amigos o pegaram e levaram até um carro na saída. O seguraram e colocaram um vestido nele, o maquiaram e tiram fotos. A essa altura o colégio inteiro estava vendo o que estava acontecendo, a maioria ria, os que não riam também não faziam nada há não ser olhar.

Eles gritavam “Boiola”, eles o xingavam e tiravam fotos. Rafael não aguentou, começou a chorar e a gritar, disse a Cintão como ele era ruim. Como ele estava cansado de todas aquelas pessoas, ele chorou e gritou para que o soltassem logo. Cintão o soltou e Rafael por uma fração de segundos jurou ver remorso nos olhos de Cintão. Quando estava saindo dali percebeu que a maioria ainda continuava rindo, que mesmo depois  de mostrar  a sua dor, eles ainda riam dele.

No outro dia na escola o Diretor pediu para que todos fossem até o auditório que ele tinha uma notícia a dar. A notícia era que Rafael havia se suicidado. Desta vez não houveram risadas. Todos haviam ficado em choque, se sentiam culpados, os que riram por terem rido, os que xingaram por terem xingado e os que não fizeram nada por não terem feito nada. Mas o Diretor não se contentou, perguntou a seus alunos qual deles iria explicar a uma mãe desolada que seu filho havia se matado por causa de bullying dos colegas.

Mas o Diretor também recebeu uma pergunta, o único amigo de Rafael perguntou se ele já havia se explicado a mãe desolada que mesmo sabendo do bulling nunca fez nada para que ele acabasse. O Diretor chorou. Os Professores e alunos choram.

O velório era o oposto da vida que Rafael viveu, era cheio de pessoas que queriam o ajudar, só que não servia de nada mais, afinal ele estava morto. A mãe e o irmão de Rafael estavam inconsoláveis. Naquele caixão estava um jovem com um futuro brilhante, mas que não tinha aguentado tantas agressões e maldades, uma criança que havia suportado o máximo de dor até sucumbir . E todos da escola de Rafael sabiam que os verdadeiros assassinos de Rafael eram eles.

E quando o Padre perguntou se alguém desejava falar algo, alguém levantou a mão e causou surpresa. Cintão estava com os olhos inchados e abatido, ele simplesmente disse “ Me desculpe Rafael, por tudo. Eu me arrependo muito de tudo que fiz, mas eu me arrependo mais de algo que eu não fiz, eu nunca te disse o quanto eu amo você”.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

A minha necessidade de você.


Perguntaram-me se você me fez sofrer e a resposta é que sim, por diversas vezes você me faz sofrer, mas você me fez muito mais feliz. Sempre ao final de um relacionamento nos prendemos as coisas ruins que aconteceram durante ele, no meu caso não é assim.

As minhas lembranças são de quando você me balançava no parquinho, de quando andávamos a cavalo, de assistir filmes antigos, de cozinhar besteiras, das tardes de sol ou frio. Cada momento e cada sensação sempre estarão marcados em mim, porque o que vivemos foi inesquecível.

O jeito como você sempre me defendia, a maneira como você me olhava,  como depois de tanto tempo meu coração ainda acelerava por você, a nossa confiança um no outro, as nossas piadinhas, a sua mania de ficar mexendo no meu cabelo e como eu sempre pude contar com você. Cada instante valeu à pena.

Seus beijos inesperados e seus braços ao meu redor que sempre me fizeram acreditar que eu era forte o bastante. Você me mantia segura e protegida. Nossas brigas, e como cada um era mais orgulhoso que o outro. Como conhecíamos nossos sonhos. Cada detalhe a seu respeito que eu sempre saberei e cada detalhe a meu respeito que você sempre saberá.

Como você me conhecia bem, como sabia quando eu precisava de palavras e quando eu precisava de silêncio, como as palavras nem sempre foram necessárias para compreendermos o que eu o outro sentia. O jeito como dividíamos gostos e como eu sempre te convencia a fazer minhas vontades.

Cada parte de mim está certa da importância que você tem na minha vida, algumas coisas mudaram, mas outras nunca mudarão. A amizade que nos acompanhou e uma eterna cumplicidade que adquirimos. E a minha necessidade de você, a necessidade que você sempre faça parte da minha vida. Isso é desde sempre e para sempre.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Palavras sublimes, o Deus da literatura.


Soneto 17

Se te comparo a um dia de verão
És por certo mais belo e mais ameno
O vento espalha as folhas pelo chão
E o tempo do verão é bem pequeno.

Ás vezes brilha o Sol em demasia
Outras vezes desmaia com frieza;
O que é belo declina num só dia,
Na terna mutação da natureza.

Mas em ti o verão será eterno,
E a beleza que tens não perderás;
Nem chegarás da morte ao triste inverno:

Nestas linhas com o tempo crescerás.
E enquanto nesta terra houver um ser,
Meus versos vivos te farão viver.

William Shakespeare

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A caixa de Anne




Era uma caixa pequena  e desbotada, assim que a olhou Anne sentiu uma dor e abriu. E lá estava tudo que ela mais temia, seu passado. Todas as lembranças que ela havia tentado esquecer, tudo de feliz e triste. Ela queria fechar a caixa e a guardar, mas a nostalgia era demais para que ela pudesse fazer isso. A caixa tinha: uma carta, várias fotos, uma flor, uma anjinha de porcelana e cadernos.
A carta era de sua melhor amiga, Barbie, na carta ela dizia como a amizade delas seria eterna, havia sido escrita durante o ensino médio. Passaram-se vinte anos e elas não tinham se falado nos últimos dezoito. Pelo jeito a eternidade dura pouco.
Em uma das fotos estavam Bill, seu antigo namorado, seu cachorro Max e ela. Aquele havia sido um dia feliz, eles tinham se divertido muito e Bill pediu para um estranho tirar uma foto deles. Ele disse a ela ainda naquela noite que amava e ela respondeu um tímido “eu também” e o abraçou, sem muita certeza de que eles estavam conscientes do que era o amor.
A flor havia sido entregue por seu pai em um dia que ela brigou com Bill e chegou chorando. O pai dela disse a ela que ela sempre seria sua garotinha e explicou como o amor podia nos fazer sofrer, mas que o tempo curava todas as cicatrizes.
A anjinha de porcelana havia sido algo que ela comprara em um intuito de proteção, depois da morte de sua mãe. Ela tinha perdido a mãe aos 11 anos e todas as noites conversava com a anjinha como se fosse sua mãe. Ela pedia ajuda, pedia que a mãe aparecesse para ela, só para conversarem. Ela nunca apareceu e Anne deixou de acreditar em anjos.
Os cadernos eram seus diários, ela começou a lê-los, não demorou muito para que lágrimas e sorrisos se tornassem coisas involuntárias, cada palavra escrita a remetia a uma lembrança, o dia da morte de sua mãe, seu primeiro beijo, a tarde na casa de Barbie fazendo doces, seu aniversário de 15 anos, a saudade da mãe, a nova namorada do pai que tinha cara e jeito de bruxa, o fim do namoro porque Bill ia se mudar e na última página que ela havia escrito “Chega de diários, não sou mais uma garotinha” e também havia uma foto, era Anne com 16 anos.
Seu pai havia dito que o tempo curava tudo, mas ele estava errado, nada era curado, tudo era escondido, mas um dia tudo voltava e com mais intensidade. Todas as opções, tudo que ela podia ter feito e não fez, toda a alegria, aquela pequena caixa trouxe a tona. E ela chorando no chão do quarto percebeu, ela ainda era uma garotinha, que sentia falta da mãe, odiova a madrasta e amava Bill.
Anne segurou a anjinha em suas mãos e disse “ Onde quer que você esteja, volte para mim, eu preciso de você, eu estou grávida mamãe.” Bill chegou nesse momento, viu sua esposa daquele jeito e aquilo o partiu o coração. Sentou ao seu lado e viu o que estava na caixa, ele sorriu e pegando a foto dos dois disse “ Certas coisas nunca mudam.” Ele a abraçou e a disse que a amava e ela respondeu com beijo. Porque dessa vez não eram necessárias palavras,  tinham certeza que era amor.
A verdade é que todos nós mantemos uma caixa que um dia traremos a tona, e ela sempre nos fará frágeis, pois o passado nunca será mudado, erros e arrependimento, alegrias e tristezas, não podem ser mudados, eles são parte de nós. Então abra a sua pequena caixa de uma olhada, avalie todas as amizades, amores, decisões, perdas, momentos, tudo que acha importante e depois a guarde. Porque o que você aprendeu com ela é o que deve ficar. E lembre-se: só porque acabou não significa que não existiu. Afinal, assim é a vida.

Mais do que beleza, uma alma inqueta.



"Se eu tivesse cumprido todas as regras, eu nunca teria chegado em qualquer lugar."

"Sou egoísta, impaciente e um pouco insegura. Cometo erros, sou um pouco fora do controle e as vezes dificil de lidar, mas se você não sabe lidar com o meu pior então com certeza você não merece o meu melhor."
"Hollywood is a place where they'll pay you a thousand dollars for a kiss and fifty cents for your soul."
(Hollywood é um lugar onde eles te pagarão mil doláres por um beijo e cinquenta centavos pela sua alma.)
 “The nicest thing for me is sleep, then at least i can dream” -                                                (A coisa mais legal para mim é dormir, porque ao menos eu posso sonhar)
 "Não me falta homem, o que me falta é amor."
"Give a girl the right shoes, and she can conquer the world."
(Dê a uma garota os sapatos certos, e ela pode conquistar o mundo.)
“Em Hollywood, a virtude de uma mulher conta menos do que o penteado.”
"Eu tenho fantasias demais para ser uma dona de casa. Acredito que eu sou uma fantasia."
"Eu não estou interessada em dinheiro, eu só quero ser maravilhosa." 
 
Marilyn Monroe